Ausência

Novo album gravado em Porto.

Nina Simonet nasceu na Vila de Eixo, concelho e distrito de Aveiro, Portugal. Ainda bebé emigra com os pais para França, regressando a Portugal aos 7 anos. Aos 11 anos na fase da sua adolescência, começa a deliciar-se com a audição de um album de Amália Rodrigues, trazido de França pelos pais. “Les Amants du Tage” de Amália, incluía todo o “soundtrack” do filme com o mesmo título. Nina sente-se atraída pelo universo fadista de Amália, e aos 15 anos, sem o conhecimento dos pais, atreve-se a participar numa festa popular no Salão de Festas de Eixo. Fôra a sua estreia, bem aplaudida pelos presentes, e ensombrada pela reacção do pai que abruptamente a retirou do recinto. Contudo, a semente do desejo de cantar estava irremediávelmente gravada na sua alma.

Nos anos 80, Nina Simonet emigra para Neuchâtel, na Suiça, e a partir da passagem do milénio, decide envidar todo o seu esforço em realizar-se como artista. Grava o seu primeiro single, com o compositor Pietro Silvestri em 2005. Por essa altura, o furacão Katrina provoca desolação nos Estados Unidos da América. Nina Simonet recorda-se de uma viagem pela Florida e as ilhas Bahamas, efectuada em 2001, revive a forma efusiva com que foi tratada nessas paragens, e decide oferecer parte dos royalties do seu single, à “Katrina Foundation”, uma fundação com braços internacionais de solidariedade para com as vitimas do furacão. No mesmo ano integra a formação musical ‘’Os Marialvas’’ em La Chaux de Fonds. Em 2006 o conhecido fadista Lucio Bamond conhece-a, e convida-a para uma grande noite de fado. O repertório escolhido centra-se no imaginário daquele disco de Amália que ela escutava religiosamente na sua adolescência em Portugal. Nina sabe que, a partir desse momento, só poderá viver com a musica.

A sua participação na noite de fado, abriu-lhe horizontes, começa por ser convidada para eventos de solidariedade e festas populares na região suiça onde reside. A partir de 2007, Nina Simonet integra a formação artística na Suiça “Fados & Guitarradas” formada por Lucio Bamond, actuando em todo o tipo de salas, desde restaurantes a centros culturais. Grava o seu primeiro album, produzido pelo cantautor José Cid, e forma a sua banda privativa: “Saudade&Alma”, que a partir de 2008 desenvolve uma crescente carreira com concertos em nome próprio, estabelecendo parcerias com alguns musicos de fado, vindos expressamente de Portugal para participar nos seus recitais.

António Marramaque, Daniel Gomes, Adão Santos, Filipe Teixeira e Jorge Serra são musicos de “Saudade&Alma”. A visibilidade de Nina Simonet é agora mais acentuada. O presidente do ‘’Estival Jazz’’ du Bourg du Landeron, ouve a fadista e declara publicamente que “ela é uma cantora do mundo”, impressionado com a versatilidade de Nina Simonet, capaz de passar dum fado clássico a uma “chanson”, na melhor tradição francesa.

Nina Simonet é convidada por três anos consecutivos a participar no ‘’Estival de Jazz’’. Jorge Serra, executante de guitarra clássica e seu acompanhante em viola de fado, passa a ser o mentor de Nina Simonet, que em 2008 enceta uma carreira a solo ” Em 2009, sob influência do seu mentor, Jorge Serra, Nina Simonet acaba por gravar o seu segundo album homónimo: ‘Nina Simonet’. ” A artista considera por várias vezes que não é uma fadista. Outras musicas, outros estilos fazem parte do alinhamento dos seus concertos. E no entanto, o fado é sempre um momento de grande sucesso nos seus espectáculos. Nina Simonet é essencialmente uma fadista. Com uma visão universal e uma leitura muito particular e sui-generis do fado e das canções que interpreta.

O seu terceiro album, “Ausência” (2016) é o retrato fiel da fadista, da intérprete Nina Simonet. Com participações de nomes sonantes do fado como José Manuel Neto ou Carlos Manuel Proença, o album produzido por Vitor Silva, inclui temas inéditos e recriações que nos dão a dimensão universalista da artista lusa. E, sempre envolta no mistério de Amália, e traduzindo também a dimensão universalista da Diva, Nina Simonet recria “La Maison Sur Le Port” (Pierre Cour-Alberto Janes), um mega sucesso da rainha do fado em quatro idiomas, e “Asa de Vento” (Amália-Carlos Gonçalves), um texto de Amália revivido na diferença de Nina Simonet, que pela verdade e pela emoção do seu encantamento, completam este album, sem processos artificiais de produção, e com uma verdade artística, muito rara nas produções discográficas da actualidade.
VM

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